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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Inside

Oh, vamos fazer assim?
Eu te deixo entrar e você vai se ajeitando aos poucos.  Só não repara na bagunça,  é que o último inquilino era meio desleixado.
Shhhh, cara, não faz barulho,  ninguém pode saber que você está aqui. Não por enquanto, deixa que eu me acostume com a ideia de você estar aqui primeiro, depois eu conto pro mundo, prometo. Sei que parece que estou te escondendo mas na verdade estou te protegendo.
É tudo bem simples aqui,  mas é, literalmente, de coração.  Pode entrar, mas não faz bagunça? E se fizer promete que fica pra arrumar?
Estou meio cansada desses inquilinos desordeiros que saem sem nem olhar pra trás, deixam tudo de cabeça pra baixo e nem se quer dão mais satisfação. É meio frustrante hospedar gente assim.
Por favor, enteda que me custou muito aceitar sua presença, mas eu vi que você não sairia da porta enquanto não desse uma espiadinha aqui dentro. Então,  aprecie a vista, aproveite o momento e faça valer a pena. Faça o que quiser desde que saiba o que está fazendo. Se eu notar certeza em seus olhos, será mais fácil confiar em você.
Vá devagar que o piso é frágil,  arranha fácil e está tentando se estabilizar outra vez (mais uma vez). Você chegou meio na hora errada,  estava rolando uma reforma por aqui, mas se você quiser ajudar,  eu topo continuar essa reforma com você.
Me faça sorrir quando você chegar, me faça te pedir pra ficar,  me surpreenda,  cuide de verdade do que agora é seu.
Me faça gostar de você da forma mais intensa, mas não me peça pra te amar se não for ficar. E quando cansar, não se obrigue a ficar, prometo que não é quebra de contrato,  pois só existe acordo pra mim se as duas partes estão felizes.
Bom, regras da casa passada, fique a vontade.

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