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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Meu lugar no mundo

Me perguntaram esses dias qual seria o melhor lugar do mundo, onde eu não tivesse mais vontade de sair, me sentisse em casa e protegida. Muitas pessoas diriam Paris, outras Nova Iorque, Projota quer que o mundo explora se um coração for seu abrigo, e eu? Eu moraria no seu abraço. Meu lugar é qualquer um, desde que você esteja.

Não é perto, nem na rua debaixo nem na de cima, meio na contra mão ( assim como acontecessemos), não é de fácil acesso porque o destino quis assim, mas não tem problema, a gente sempre se ajeita, na minha cama pequena (ou na sua King size), eu não sei fazer poemas, nem raps, mas pode deixar que eu sem dúvidas posso te cobrir de amor.

Eu ganho o dia quando tiro uma gargalhada sua, tenho um sorriso no rosto o tempo todo quando o dia é na sua companhia. Mudo por você toda minha rotina, como diria aquela música que gosta,  eu até pintaria a casa de amarelo e olha que não acho amarelo uma boa cor para casas.

Eu até andei em outras ruas,  tentei te achar em outro sorrisos, fingi estar a vontade em outras casa. Mas nada é como seu sorriso, ninguém é como você. Nenhuma melodia se compara a sua voz, nenhum toque me arrepia como o seu. Ninguém me deixa a vontade pra cuidar e ser cuidada, eu sou com você e mais ninguém.  

Então sinto em te informar, que, meu amor,  alguém escreveu em algum canto que a missão de me fazer feliz é sua, agora chega mais perto e esquece o mundo lá fora. Só eu e você na nossa bolha, vamos ver no que vai dar.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Hoje não

 
São três da manhã e eu tive insônia pela quinta noite seguida. Insônia. Há meses eu não sabia o que era isso, porque eu não tinha horas de sono suficientes para acabar em insônia. As três da manhã, nos ainda estávamos embolados, no chão da sala ou no balcão da cozinha, a nossa noite durava até o sol chegar. Eu dormia até que meu relógio despertasse religiosamente as nove. Valia a pena as olheiras, as cochiladas no metrô. Por você? valia toda e qualquer pena.

Puxei minha poltrona até a janela (como eu costumava fazer) e estou observando as estrelas com a minha xicara de chá na mão. Eu me permiti fazer chá!  Café também é bom, mas forte, como agrada o seu paladar e não o meu.

Uma semana sem você e hoje eu acho que enfim me dei conta. Porra, porque eu me esqueci todo esse tempo?

Eu descobri enquanto voltava pra casa que terminaram aquela obra que eu me queixava tanto na rua da empresa, sabia? Eu tinha notado a ausência dos andaimes, mas não tinha visto como o prédio é completamente espelhado, os vidros tem um tom de verde diferente (e essa é a parte que você ria de como eu me encantava no pouco).

Aporveitei que não tinha nada para fazer e fui até o meu café preferido (depois de meses). Pedi o mesmo chá e me sentei como de costume, perto da janela, de costas para o salão. Você não gostava de sentar assim,  queria observar as pessoas a sua volta, ver os pedidos que saiam da cozinha e adivinhar para que mesa iriam, mas fazia isso no seu bar preferido, no meu café com ar de casa de vó você nunca viu graça.

Hoje éramos apenas eu, o apanhador de sonhos e Margo, a gata que está sempre sob a janela comtemplando o por do sol em quanto acompanha o balanço do apanhador. Enquanto observava o por do sol na companhia de Margo e na minha própria companhia, me dei conta de que estava com saudades de mim.

Eu sempre dei adeus antes do sol nascer, sempre ria vendo o filme de romance acabar. Tinha um infinito prazer me apontar o dedo pra falar do namorado das minhas amigas. Eu entendia que eles eram bons de papo, ou de cama, mas não entendia onde tão pouco fazia valer a pena. Eu sempre gritei aos quatro ventos: “Não comigo”, mas dizem que o vento sempre traz de volta e ele me trouxe você. De dona dos meus passos, passei a seguir os seus. De antagonista com orgulho, a protagonista boazinha com medalha de honra ao mérito.

Caminhei a passos lentos pela calçada de volta pra casa. E sabe o bulldog que eu sempre via passar com a dona, mas eu estava com pressa e não poderia parar? É o Wilson, hoje eu consegui finalmente fazer carinho nele, porque hoje... hoje eu não tinha você.

Entrei em casa e tudo estava exatamente como deixei. Joguei minha bolsa ao lado da porta. Tirei a roupa enquanto seguia até o banheiro. Você odiava que eu deixasse tudo espalhado. Mas hoje era apenas a minha opinião que contava. Liguei o chuveiro no verão e deixei que a agua gelada molhasse meus cabelos. Você não estava ali para dizer que eu poderia ficar doente tomando banho gelado a noite. Deixei que agua levasse todas as lembranças ruins. Deixei que minha alma fosse lavada.

Passei pela minha estante e peguei aquele livro que eu tinha prometido devolver a Pati em alguns dias, mas ai você apareceu e todos os meus planos ficaram pra depois, eu só fazia planos que coubessem em nós dois. O livro é ótimo e acredito que eu vá finalmente devolver em alguns dias.

E quero que saiba que mesmo que pareça arrependimento não é, porque eu te amei. Amei em cada defeito, cada briga e cada vez que seus olhos encontravam o meus. Eu te amei,  por mais cheia de erros que fosse a nossa relação, por mais que as minhas amigas tenham desacreditassem em como mudei ou não entendessem porque eu estava com você. Eu vivi o outro lado da moeda e agora elas quem apontavam o dedo para mim e acariciavam minha cabeça enquanto eu chorava.

Mas valeu a pena, por finalmente  entendi que para todos os amantes errados existe uma razão para amar de qualquer jeito pareça o jeito certo.

domingo, 3 de agosto de 2014

Preciso te dizer até mais

Olha, você sabe como sou desajeitada com as palavras e não sei falar verdades de uma vez (você costuma dizer que eu amenizava tudo, colocando um pouco de açúcar e mel, pra passar pela garganta mais fácil).

Eu te contei várias vezes como não suporto finais e você aprendeu a me distrair quando o filme acabava, pausa antes das letras subirem e inventava uma continuação comigo. Aprendeu também que eu não assimilo nada em volume alto, nem música,  nem tv (e muito menos suas crises).  Entendeu depois de muito custo que o feijão vai em cima do arroz e não ao lado.  Decidiu jogar sua mini farmácia fora e aderiu ao meu remédio pra tudo, chá.

(Você cuida de mim.)

Mas, sabe o que é. Não,  não é sua mania de comida saudável.  Não,  também não é o seu pé gelado que insiste em colocar no meu durante a noite. Muito menos a sua impaciência com os meus atrasos. Sabe o que é?  Bem, eu não sei o bem o que é,  mas é.

É uma tristeza infinita que toma conta quando não estou com você.  É o descuido que tem, apesar de todo cuidado, quando fala comigo. São as suas explosões que ocorrem sem porquê e nem sempre pra quem deveria ser. Não,  por favor, não me entende mal. Eu gosto de cuidar de você, amo ter sua cabeça em meu colo, acariciar seus cabelos e te escutar falar de como sua mãe te cobra um emprego melhor. Eu gosto de sentar no sofá as quartas feiras, vestindo sua camiseta do Palmeiras e  não me importo que minha família inteira seja corinthiana, gosto mesmo é de ver seus olhos brilhar quando me vê nela. Eu fico ali, quietinha entra suas pernas, vibrando os gols e dando alguns palpites que te fazem rir (Aliás, eu entendo muito de futebol, mais que seu amigo o Paulo,  mas eu gosto de te ver explicar como se fosse física quântica.). Eu não me importo de perder meu programa preferido em outro canal, sabe por quê?  Porque eu não me importo com mais nada quando tenho você é aí que está o erro.

Eu deveria me importar.  Não com a conta de luz que você esqueceu de pagar e acabou com o seu vídeo game na última fase, mas nos rendeu uma noite incrível na mesa da sala de jantar. Nem com a sua ex que está sempre por perto e muito menos com o meu chefe dando em cima de mim. Eu deveria me importar comigo, sabe? 

Eu sei que você faz isso por mim e eu por você, eu entendi todo o lance de sermos elos da mesma  corrente. Mas sabe a Tati, aquela minha amiga que você decretou guerra porque sim? Você lembra que ela é minha melhor amiga não é?  Então,  ela me ligou semana passada, me pedindo pra lembrar que ela existe e que ela precisa de mim por perto.  Sabe o meu priminho que você tem paixão? Então,  ela já mudou de faixa no judô, ligou pra contar algumas vezes mas meu telefone só dava ocupado.  Ah, eu também passei na casa da minha mãe ontem depois do trabalho, é, você não me deixou explicar, mas é isso, eu estava com meu chefe. Ela me perguntou se eu estava bem, eu disse que estava ótima e ela me respondeu que ficava feliz de me ver assim, amenizada a saudade de mim.

Eu sei e reconheço tudo que fez por mim, por nós.  Eu entendo que largou aqueles free lances pra ter mais tempo pra mim.  Me escuta. Não grita.

PARA DE GRITAR.

Não chora, não chora. Por favor, eu preciso fazer isso, é por nós dois. Eu levei a sério demais esse lance de ser sua, me tornei exclusividade sua e eu preciso voltar a ser parte de mim.

Eu odeio finais e não posso dizer adeus, quero que lembre da gente como algo bom. A vida é um moinho, meu amor, quem sabe a gente ainda não se cruza.  Eu poderia dizer até mais, falar sobre seu ciúme, seu egoísmo sutil ou sua falta de confiança em mim, mas eu não quero adiar como fazia com meus filmes,  preciso te dizer, até breve.

(Ah, eu fiquei com a camisa do palmeiras e coloquei meu livro preferido na sua mala, pra lembrar que sempre serei sua em alguma parte.)

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