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domingo, 30 de junho de 2013

Foi melhor assim


“Oi.
Desculpa sair assim sem avisar. Imagino que agora que você achou essa carta, eu já esteja um pouco longe. Mas saiba que eu não deixei de pensar um minuto em mim, em você, nós dois.

Você foi um capítulo lindo da minha vida, tão lindo que eu não deveria querer esquecer. No fundo só eu e você sabemos o que vivemos e sentimos. 
Isso que vivemos nunca foi o que eu planejei pra mim, em alguns momentos pensei em mudar todos os meus planos por nós. Mas eu não podia. Eu não quis. Eu não fiz e não me arrependo… Tem coisas que valem mais que uma paixão.

A gente se gostava de verdade, se queria de verdade e eu não duvido disso. Mas foi muita distância, muito rápido, muito sentimento, muito apego, muita briga. Foi muito. Tudo foi demais. Por isso que acabou.

Nunca vou esquecer da primeira vez que ouvi sua voz e quase morri com seu sotaque gostosinho e você quase morreu com a minha voz linda (linda, só pra você, que deve ter problema de audição). Da primeira vez que te vi.  Da primeira briga idiota e do tanto que fiquei com o coração apertado naquele dia quando você disse “eu só não quero mais falar com você” e depois o alivio que eu senti com aquela mensagem fofa me pedindo desculpas. Vou sentir falta da sua ligação de “bom dia” e aposto que você sentirá falta da minha musiquinha de dormir. Pra falar a verdade eu nem sei mais o que sinto por você. Só sei que sentirei sua falta, todos os dias. Mas vai passar e eu sei disso também.

Acho que deixei tudo isso acontecer porque de alguma forma você me trazia paz. E eu não queria ver que muito mais do que paz, você me bagunçava e tumultuava tudo dentro de mim.

Obrigada por tudo, obrigada mesmo. Obrigada principalmente por ser a pessoa certa na hora certa. É você foi a pessoa certa na hora certa. Meu carinho na hora certa. Amor na hora certa. Atenção que eu precisava na hora certa. Tudo foi na hora certa, mas estávamos em sintonias erradas. Você queria um amor pra vida inteira, eu queria viver o agora. Você planejava o futuro e eu sentia e vivia o que tinha com você no hoje, porque sabia que não existiria amanhã pra nós.

Então, por tudo isso que é melhor a gente parar por aqui, antes que as lembranças ruins tomem o lugar das boas. Melhor a gente não se falar mais. Melhor a gente “se esquecer”. Antes que você estrague minhas músicas favoritas, minhas frases favoritas e meus filmes favoritos. É, muito coisa me faz lembrar você.
Aliás, só para que você saiba,  aquela música que você me mandou eu nunca mais tirei da cabeça...

Espero que se lembre de mim como eu me lembrarei de você, uma parte linda da vida, que já passou. 
         Se cuida.  "




Camilla Inácio (@vemkcaca) tem 18 anos, mas com um coração puro de 5 e uma cabeça formada de 30. Quem senta ao seu lado conta a vida, mas já aviso que não espere o mesmo dela. Discreta, amável, mas sabe como colocar alguém em seu devido lugar. 

 Ps1: é a melhor amiga do mundo. Ps2: é minha melhor amiga do mundo. 

terça-feira, 25 de junho de 2013

E lá vai ela



Ela anda leve pelas ruas como se nada a abalasse. Ela anda. Às vezes corre um pouco. Rodopia no meio da multidão. Esbarra em um estranho e sorri. Que sorriso leve, lindo, livre. Ela acabou de mudar o dia daquele homem.

Ela continua pela rua como se não tivesse compromisso algum. Olha para o relógio e ri. Está atrasada. Mas quem liga? Ela corre. Tem um pouco de pressa, mas só porque lhe foi imposto assim. Por ela, ela ficaria a rodopiar mais um pouco.

Chama atenção da senhora. Como tem pessoas que deixam a vida mais bela. O moço do café sorriu ao vê-la passar. Sempre atrasada, mas nunca sem tempo de sorrir. A mãe do outro lado da rua não viu graça na menina mulher. Se ela tivesse um pouco de roupa para lavar talvez.  A menininha agarrada a mão da mãe quer ser como ela como crescer. Ela usa um vestido bonito.

A menininha não sabe, mas a moça do vestido florido é quem quer ser como ela.  Ela parece uma criança. Ou tenta ser como uma. Tenta ver a vida como quando não tinha grandes compromissos. Tenta parecer tranquila. Tenta não se deixar abalar. Mas tentar não é suficiente.

Ela não deixa transparecer mas por aquele sorriso passam lágrimas todos os dias. Ela só faz o máximo que pode para coloca-lo de volta. Toda manhã enquanto se veste. Veste-se de menina leve. Mas quando volta e está finalmente em seu mundo. Seu quarto. Seu silêncio. Ela desaba. Ela chora. E chora sozinha. Chora por se sentir sozinha.

Mas ninguém é obrigada a carregar seus pesos. Ninguém é obrigado a secar suas lágrimas. E então ela tenta parecer leve. Porque até que ela é feliz. Feliz nas horas em que faz alguém mais feliz do que ela mesma pode ser. Como o moço do café ou a menininha agarrada a mão da mãe. Ela mostrou a elas que a vida pode ser um pouquinho melhor. Não a dela. Mas pode.

E lá vai ela desejando um bom dia à recepcionista que se pergunta como pode alguém ser tão feliz com a vida sendo tão difícil. A recepcionista  mal sabe que a mulher leve que passou por ali disfarça uma vida difícil, seus dilemas internos,  para tornar a dela mais simples. A recepcionista  nem pode imaginar o que aquele doce sorriso esconde.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Não adianta se esconder

"Sou sincera, não grossa, você que se doe com a verdade. Verdade não machuca, o que machuca é a mentira que te contam que se deve escutar o coração. Eu sigo minha cabeça que é menos insana que ele." 



Verdade não dói? Então, engole sua sinceridade e quer saber?! Tomara que você engasgue. Sabe essas suas palavras afiadas, respostas atravessadas?! Então, que elas atravessem na sua garganta e desçam te rasgando por dentro. Te rasgue como você rasga as pessoas, desmonta, deixa sem reação.

Você sai por aí distribuindo sua sinceridade (falta de coração, ética, bons costumes) sem ninguém te perguntar. Você se orgulha tanto disso, mas nunca usou do seu próprio remédio pras dores da vida: ”Encarar a verdade de frente”.  Então se encara, vai, estou esperando. Não tem coragem não é? 

Esse é só mais um dos seus medos, porque o que não te falta são opções para escolher. Você que se diz tão verdadeira deveria para de tentar se enganar. Você sabe que por trás dessa imagem de durona sabe tudo que acha que as pessoas se doem demais por pouca coisa, ainda bate um coração, um coração cheio de dúvidas ao contrário da sua aparência cem por cento racional. 

E você sabe o que tá faltando nessa sua vidinha cheia de pensamentos prontos e tamanha verdade, não sabe?! É claro que sabe, a rainha da verdade tenta mentir pra ela mesma, mas ainda assim sabe. Tá faltando ser você por inteiro (ou de verdade, se adaptarmos a sua vida).

Você subiu nesse pedestal aí e nunca mais conseguiu descer. Não desce por medo de voltar a ser a menina doce de coração puro que ainda acredita no amor, nas pessoas. 
Você sabe que não conhece todos os segredos da vida, principalmente da sua. Sabe que quer as pessoas pedindo por sua presença e não temendo-a. Você sabe que quer descer. 

Olha pra dentro e grita com você. Joga as cartas na mesa. Se enfrenta. Pergunta quem manda e escutará um coração cheio de coragem responder: "eu”.  Vem.  Se joga. De cabeça, peito aberto. Se arrisca. Vem se encontrar junto com todo mundo. Você vai se destacar a sua maneira, nós sabemos. Vem fazer esse olho brilhar de verdade,  vem sorrir outra vez. 

Agora você já percebeu que a verdade realmente dói, dói como dói uma mentira. Ela corta, corta mais um pouco e mais, dilacera mesmo, não é? E em você o corte foi mais fundo, mas foi necessário, como você mesma diz.  Você não precisa abandonar sua sinceridade descarada, só precisa para de mentir pra você. Enxuga essas lágrimas e faça jus sua  verdade, vem viver. 


sábado, 15 de junho de 2013

Com você, eu vou.



Foi uma queda. Não, não queda no sentido gostar um pouco de alguém, foi queda mesmo, de cair tudo no chão. Ele foi direto ao chão. Depois que ela, distraída em seu celular sempre a mão, não o viu vindo no sentido contrário.
E foi a queda do corpo dele que derrubou a barreira que ela construiu dentro dela. 

"Quedinha, nem machucou" foi o que ela disse enquanto o ajudava a levantar. Passou os olhos rápido, não tinha tempo para notá-lo enquanto seu celular a chamava de volta. Ele sim notou que algo estava escondido atrás daquele olhar. "Olhar perdido, misterioso, tá faltando alguma coisa" Foi o que ele pensou.

Realmemente faltava, faltava o coração dela no lugar. Faltava alguém a quem ela realemente pudesse confia-lo.  E ele soube  chegar nela e também soube chegar ao seu coração. Chegou com jeito, sem tantos rodeios, mas com muito tato. 

Ela não gostava de falar sobre seu coração, dizia que ele estava trancado em uma caixinha e lá deveria ficar. A chave?! Essa ela jogou no mar. Ninguém nunca soube o porquê da decisão,  nem mesmo ele, que preferiu não perguntar. 

Não perguntou mas decidiu que mergulharia com ela até o fundo para resgatar a chave e  ter seu coração. Ela não sabia se deveria. Devolver a chave? Não parecia uma boa ideia. 

Então, ali em frente ao mar, ela testou a temperatura antes, deu umas escapadas de volta até a areia. "Terra firme, coração trancado, tudo em seu devido lugar sabe?!" Ela alegou. Mas não,  ele não sabia e pacientemente voltou todas as vezes para oferecer-lhe sua mão novamente. 

Depois de inúmeras tentativas frustadas ela finalmente percebeu que ele estaria ali até o fim e  aceitou que queria aquela chave de volta. Precisava daquela chave. Só com ela seria possível abrir a caixa e entregar de uma vez a ele seu misterioso coração.

E então ela mergulhou, não só mergulhou, como pulou de cabeça. Sem medo do que encontraria ao fundo, ele estava ali. 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Carta da idade da inocência





"Querida amiga, 

Já faz tempo que não nos falamos não é mesmo? Uns 5 anos ou talvez mais?...


Éramos tão unidos e de repente você sumiu, nunca mais me chamou para brincar na sua casa, assistir filme com você ou ler aquele seu livro favorito pela milésima vez. Sabe, depois que você me deixou eu continue aqui, no mesmo lugar, te observando ganhar o mundo, crescer em todos os sentidos da palavra. E eu até te esperei voltar, mas a sua vida corrida de agora não deixou. 


Fiquei tão orgulhoso quando te vi se formar na faculdade. Só não entendi o porquê de engenharia. Você não ia ser bairarina e rodar o mundo dando piluetas? O que aconteceu?! Ah, desculpa, eu sei a resposta, você cresceu, agora é adulta e precisa de dinheiro. Ganhar a vida dançando livremente era um sonho bobo de criança criativa. 


E como você era criativa, tinha milhões de teorias do que as coisas eram, teorias das quais hoje você ri, ri até de mim, eu não entendo porque, mas ri. Chegou até a ter vergonha de dizer que um dia me conheceu, aí como esses dias doeram em mim, negando uma amizade? Que feio, mocinha.


Espera, eu estou aqui falando de você e nem me dei conta se você sabe quem sou, esqueceu tanta "coisa de criança" que deve ter esquecido de mim também. 


Eu era aquele que você segurava firme a mão quando estava com medo, ou só para sair pulando explorando o quintal que você chamava de mundo misterioso. Era comigo que você conversava antes de dormir até seu sono chegar. Nós também costumávamos deitar no chão e brincar de dar formatos as nuvens, você não deve mais achar que elas são feitas de algodão não é?! 

Já lembrou quem eu sou?
Acredito que sim, você ainda fala comigo, só não se dá conta que o faz. Agora, como você é adulta fala com a sua consciência e não mais comigo, seu tão fiel amigo imaginário. 

Mas fica tranquila sobre ter me abandonado, eu sei que você nunca voltou para me ver porque eu fiquei preso na sua infância, e a infância, apesar de linda e tão simples, não volta. 


Só me faça um último favor, não se esqueça totalmente da criança que você foi, eu sei que ela está em algum cantinho ai dentro. Então, promete?


Com amor,  do seu eterno -e um pouco esquecido- amigo imaginário."

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Acima do limite



Pensar em você é tão natural para mim que fico achando que não faço mais. Mas eu faço, faço e nem percebo.

Toda vez que alguém passa por mim com o seu perfume, eu me lembro de como ele se misturava ao meu embaixo dos lençóis. Era o nosso perfume a dois, a essência que só nós conhecíamos . 

E quando meu telefone toca eu sempre penso que poderia ser você, sinto falta de escutar sua voz. Eu sempre dizia que ela era um pouco sem graça, você odiava falar ao telefone, mas também era meio rouca e totalmente sedutora do outro lado da linha. 


Quando estou com dúvida e não sei fazer alguma coisa, eu sempre penso em te perguntar, você sempre era a primeira pessoa a quem eu recorria depois da minha mãe. Eu amava te perguntar algo só para poder ver aquele seu sorrisinho marrento enquanto me ensinava, com aquele ar de sabe tudo, era lindo e irritante ao mesmo tempo, como você

Quando eu acordo de manhã e levanto sem ser puxada de volta para cama, parece que está faltando alguma coisa, era tão intensa a forma como seus braços me envolviam e puxavam, você fazia como se me levasse de volta para o seu mundo, e como eu amava aquele mundo. 

E quando está frio, eu coloco uma blusa sua que sobrou aqui, só para ter a sensação de que estou envolvida no seu abraço outra vez. E quando está calor em me lembro das suas ideias malucas, como propor que fizéssemos uma viagem a uma praia de nudismo. Eu só ri depois que você disse isso, você sabia como ser ridículo e me fazer rir. 


Aí que saudade das risadas que você arrancava de mim, altas, escandalosas, ou cheias de vida como costumava dizer. E saudade do seu olhar me observando enquanto eu ria escandalosamente, saudade do seu olhar em qualquer momento na verdade.


Mas o momento que mais me dói talvez seja no carro, sempre que começa alguma música, eu me lembro dos seus dedos batendo no volante acompanhando as batidas da canção e das letras que você me ensinou, claro que com o sorrisinho marrento estampado no rosto. 


Aí meu amor, eu sinto sua falta o tempo todo, penso em você cada segundo, só que é tão natural que eu me engano achando que não faço. 
Meu amor, lembra quando  você me chamava de "minha vida"?! Então, por que você não tomou mais cuidado com a sua?! Quantas dezenas de vezes eu te pedi para não correr tanto?! Maldita teimosia sua, maldita curva. 
Você, sempre sorrindo, dizia que a sua saudade de me ver era tanta que não te deixava ficar dentro da velocidade permitida, mas duvido que a sua saudade fosse maior do que a que eu sinto de você agora, já que eu não chego em casa e encontro você...

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Por status, apenas.


Eu parei para pensar no que se transformou nosso relacionamento e minha sugestão é que você sente meu amigo, porque as notícias não são das melhores. E acredite, apesar de quem sempre se fazer de vítima aqui ser eu, a verdadeira vitima aqui é quem vive a nossa volta. Eles realmente não merecem nós dois; amigos, meu pai, sua mãe, ninguém aguenta mais nós dois nos aguentando por obrigação - obrigação com quem eu não sei, mas nos obrigamos a conviver-. 

Toda vez que nós "resolvemos"  -pense nesse nós como você e sua consciência ,eu nunca estou de acordo, como sempre- dar um tempo, eu fico por ai me fazendo de vitima, dizendo que não sei seguir sem você, que nada mais faz sentido e eu sei que estou dramatizando nosso comercial de remédio, afinal, nosso relacionamento está cada vez mais sem graça quanto. Então, eu sei que é exagero, eu sei que faço graça. Eu me faço de vítima, ok, EU assumo. 

Agora é sua vez de assumir que isso acontece porque você deixa não é? Eu erro e choro, você engole meu erro,ao invés de me mandar engolir o choro, e  volta. Eu faço um teatrinho na sua casa, te encho de ligações e  você cai, me abraça e pede desculpas. Desculpa? Desculpa por que? Por mais uma vez ceder aos meus caprichos? Mais uma vez provar o quão inseguro de si e incapaz de manter suas decisões você é? Então está desculpado, meu ex amor, atual status. 

Você não está mais aqui porque quer, eu não estou aqui porque quero, o único que não se obrigou a ficar aqui foi o amor, esse já foi embora faz tempo.  Você, eu e o mundo sabemos o real motivo para que esse relacionamento ainda exista é o medo, puro medo. Nós dois temos medo de ficar sozinhos, tipo criança com medo de escuro? Então, nos dois temos de nos assumir solteiros e ai por opção escolhemos essa solidão a dois. 

E ai continuamos aqui, eu sendo -em pouquíssimas partes- feliz, vazia por dentro mas tô acompanhada no reencontro da turma, no dia dos namorados, naquela foto brega de perfil e no tão importante status. 
Você tem pena de mim e eu de você, é porque quem não sabe jogar a toalha e assumir que acabou é digno de pena, como eu e você. 

Relacionamento de merda esse nosso não é? Cada dia mais morno, cada dia mais sem sal, sem açúcar, sem tempero. Não tem nada aqui e o que tem não presta, então varremos tudo para baixo do inbox  e deixa lá aberto ao público: "Em um relacionamento sério" -que de sério só nossos problemas de auto estima-. 

Quer saber, tô indo ali marcar nossa terapia de casal - se é que somos um ainda-. 

domingo, 2 de junho de 2013

Fim sem ponto final



Esse ponto final não existe na nossa história e sabemos disso melhor que ninguém. 
Funciona assim, eu aceito que você agora está com ela, que nossa história acabou. Quase tão simples assim, quase tão fácil como falar que é assim. Porque depois que eu entendo que a sua não anda mais ao lado da minha, você volta cheio de amor pra dar, amor de verdade que sabemos que foi e sempre será.

Você errou e errou feio.  Eu errei mas foi por te amar. E ela coitada, erra mais que nós dois juntos. Ela sabe que você ainda me procura, ainda me ama, mas aguenta, aguenta porque prefere viver na mentira do que encarar a verdade. Tudo aqui aconteceu do jeito errado. 

Mas você ainda sabe me ganhar, sabe que eu gosto de ser colocada contra parede, principalmente a que eu construí entre mim e você. Você sabe a hora que me ganha fácil, principalmente ali pela manhã, quando liga para me acordar , bem ali enquanto estou nua, despida de orgulho e do senso do correto.
E é ali que eu te odeio. E bem ali que eu te amo. 

Eu te odeio cada vez que lembro que você não está mais comigo. Eu te odeio mais toda vez que alguém me pergunta por você. E  eu te odeio muito mais quando tenho que explicar porque. Eu te odeio muito sabia? E eu choro, cada vez que percebo que eu não te odeio o suficiente, o tanto que odeio não é um terço do quanto te amo.

Eu te amo cada vez que lembro de nós dois juntos. Eu te amo mais  toda vez que alguém lembra como eramos lindos juntos. E eu te amo muito mais quando lembro que você ainda me ama também. Eu  te amo muito sabia?  E então eu sorrio, porque ao final das contas eu te amo sem sobrar muito espaço para te odiar, eu te amo como eu não queria e não deveria amar, mas fazer o que eu te amo desde a primeira vez que meus olhos encontraram os seus.

Nossa história é mais complicada do que te amar e te odiar pelos mesmos motivos, são três vidas cruzadas da forma mais errada possível.  

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