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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Acima do limite



Pensar em você é tão natural para mim que fico achando que não faço mais. Mas eu faço, faço e nem percebo.

Toda vez que alguém passa por mim com o seu perfume, eu me lembro de como ele se misturava ao meu embaixo dos lençóis. Era o nosso perfume a dois, a essência que só nós conhecíamos . 

E quando meu telefone toca eu sempre penso que poderia ser você, sinto falta de escutar sua voz. Eu sempre dizia que ela era um pouco sem graça, você odiava falar ao telefone, mas também era meio rouca e totalmente sedutora do outro lado da linha. 


Quando estou com dúvida e não sei fazer alguma coisa, eu sempre penso em te perguntar, você sempre era a primeira pessoa a quem eu recorria depois da minha mãe. Eu amava te perguntar algo só para poder ver aquele seu sorrisinho marrento enquanto me ensinava, com aquele ar de sabe tudo, era lindo e irritante ao mesmo tempo, como você

Quando eu acordo de manhã e levanto sem ser puxada de volta para cama, parece que está faltando alguma coisa, era tão intensa a forma como seus braços me envolviam e puxavam, você fazia como se me levasse de volta para o seu mundo, e como eu amava aquele mundo. 

E quando está frio, eu coloco uma blusa sua que sobrou aqui, só para ter a sensação de que estou envolvida no seu abraço outra vez. E quando está calor em me lembro das suas ideias malucas, como propor que fizéssemos uma viagem a uma praia de nudismo. Eu só ri depois que você disse isso, você sabia como ser ridículo e me fazer rir. 


Aí que saudade das risadas que você arrancava de mim, altas, escandalosas, ou cheias de vida como costumava dizer. E saudade do seu olhar me observando enquanto eu ria escandalosamente, saudade do seu olhar em qualquer momento na verdade.


Mas o momento que mais me dói talvez seja no carro, sempre que começa alguma música, eu me lembro dos seus dedos batendo no volante acompanhando as batidas da canção e das letras que você me ensinou, claro que com o sorrisinho marrento estampado no rosto. 


Aí meu amor, eu sinto sua falta o tempo todo, penso em você cada segundo, só que é tão natural que eu me engano achando que não faço. 
Meu amor, lembra quando  você me chamava de "minha vida"?! Então, por que você não tomou mais cuidado com a sua?! Quantas dezenas de vezes eu te pedi para não correr tanto?! Maldita teimosia sua, maldita curva. 
Você, sempre sorrindo, dizia que a sua saudade de me ver era tanta que não te deixava ficar dentro da velocidade permitida, mas duvido que a sua saudade fosse maior do que a que eu sinto de você agora, já que eu não chego em casa e encontro você...

2 comentários:

  1. Que texto hein?! Daqueles que dá um nó na garganta qnd a gnt lê.
    Tah lindoo!

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