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sábado, 15 de junho de 2013

Com você, eu vou.



Foi uma queda. Não, não queda no sentido gostar um pouco de alguém, foi queda mesmo, de cair tudo no chão. Ele foi direto ao chão. Depois que ela, distraída em seu celular sempre a mão, não o viu vindo no sentido contrário.
E foi a queda do corpo dele que derrubou a barreira que ela construiu dentro dela. 

"Quedinha, nem machucou" foi o que ela disse enquanto o ajudava a levantar. Passou os olhos rápido, não tinha tempo para notá-lo enquanto seu celular a chamava de volta. Ele sim notou que algo estava escondido atrás daquele olhar. "Olhar perdido, misterioso, tá faltando alguma coisa" Foi o que ele pensou.

Realmemente faltava, faltava o coração dela no lugar. Faltava alguém a quem ela realemente pudesse confia-lo.  E ele soube  chegar nela e também soube chegar ao seu coração. Chegou com jeito, sem tantos rodeios, mas com muito tato. 

Ela não gostava de falar sobre seu coração, dizia que ele estava trancado em uma caixinha e lá deveria ficar. A chave?! Essa ela jogou no mar. Ninguém nunca soube o porquê da decisão,  nem mesmo ele, que preferiu não perguntar. 

Não perguntou mas decidiu que mergulharia com ela até o fundo para resgatar a chave e  ter seu coração. Ela não sabia se deveria. Devolver a chave? Não parecia uma boa ideia. 

Então, ali em frente ao mar, ela testou a temperatura antes, deu umas escapadas de volta até a areia. "Terra firme, coração trancado, tudo em seu devido lugar sabe?!" Ela alegou. Mas não,  ele não sabia e pacientemente voltou todas as vezes para oferecer-lhe sua mão novamente. 

Depois de inúmeras tentativas frustadas ela finalmente percebeu que ele estaria ali até o fim e  aceitou que queria aquela chave de volta. Precisava daquela chave. Só com ela seria possível abrir a caixa e entregar de uma vez a ele seu misterioso coração.

E então ela mergulhou, não só mergulhou, como pulou de cabeça. Sem medo do que encontraria ao fundo, ele estava ali. 

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