Páginas

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Cuidado!


Pode entrar.

Fique a vontade.

Mas calma, não tão a vontade assim.
Por que não?  Porque como diriam minhas amigas não é casa da mãe Joana (e muito menos das primas). As coisas aqui funcionam do meu jeito. Democracia é lá fora, com a Dilma, o gigante sonâmbulo, que pensa que acordou mas continua dormindo e quem mais estiver nessa arquibancada.  Aqui,  depois que você entrou você joga o meu jogo. 

Relaxa, sem desespero que o jogo é simples.

Eu tenho um roteiro e você vai seguir. Não, não, não estou te perguntando, eu estou quase ordenando. Não gostou? Saia, mas até para isso você vai fazer do meu jeito. Eu sou a mocinha e você...Você são todos os personagens da história, depende do meu estado de espírito (que alguns,  diga-se de passagem, nunca acham normal).

Eu quero viver uma grande história, sem essa de grande amor, só uma boa história.  Eu quero ter um motivo pra escrever sobre a gente de forma que eu fique como pobre coitada e você como mais um canalha que não soube me amar. Nós dois saberemos que quem não ama aqui sou eu, mas eles não precisam saber disso. Porque é assim que funciona agora.

Então, senta ai.  Bate o texto comigo. Sem medo garoto, sorria. É só um jogo, o de sempre, só que dessa vez quem das as cartas sou eu. Isso mesmo. Está ótimo. Esse tom de eu te amo parece muito real, se fosse antes eu até cairia.

Agora me mostra uma música, uma que toque bastante na rádio,  letra bem melodramática,  precisarei dela para citar nós dois e chorar quando você partir.  Ficar para sempre? Garoto, você não entendeu ainda? Isso é  só uma história,  e não precisa ser um romance.

Me promete o mundo agora, isso, com bastante emoção na fala. Me dê um livro de presente também,  um seu, que tenha marcações suas nas páginas. Me dê também um porta retrato, vou colocar na  mesa de centro minha sala para eu quebrar quando você bater a porta. 

Ah é, quase me esqueci dela. Quando sair você precisa bater a porta com força, faça tudo tremer como me fez tremer, deixe os vizinhos de boca aberta, me chama de louca e fala que não vai mais voltar.

(E por favor, realmente não volte.)

Me deixa chorar, me deixa te ligar, não precisa atender, só me deixa ter uma história pra contar, um texto pra escrever e me fazer de vítima pela milésima vez. 

Desculpa, se te assustei é que de tanto jogar o jogo dos outros resolvi ter o meu.De tanto ser deixada eu me fiz assim, entro no relacionamento já planejando o fim (e se é para fazer que seja bem feito).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Compartilhe se gostou